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Geraldo Maia e o Fio da Meada -  Peso leve

01.Estrada (Geraldo Maia-Paulo Marcondes)
02.No armazém (Geraldo Maia-Juliano Holanda)
03.Tô fora (Geraldo Maia-João Falcão)
04.De onde antônio vem (Geraldo Maia-Adriana Falcão)
05.Profana e pura (Geraldo Maia-Publius), com Ylana
06.Grita (Geraldo Maia-Rogerman), com Alessandra Leão
07.De todas as graças (Geraldo Maia)
08.Na brisa (Geraldo Maia-Sérgio Cassiano)
09.Jorge sem lua (Geraldo Maia-Publius-Lula Queiroga)
10.Vontade (Geraldo Maia)
11.Simplesmente (Geraldo Maia-Carlos Mascarenhas)
12.Palavra (Geraldo Maia)

PESO LEVE
 
No quinto disco solo, Geraldo Maia estréia como compositor e renova em seu trabalho mais autoral 
Os 25 segundos iniciais do disco “Peso Leve” (independente), marcado por ruídos de samplers, valem como interrogação sobre os novos rumos escolhidos por Geraldo Maia. Com lançamento marcado para o próximo dia 18 de setembro, às 19h, na Passa Disco (Shopping Sítio da Trindade – Estrada do Encanamento, 480 - Parnamirim), o novo trabalho rompe em muito do que o artista pernambucano já fez nos CDs anteriores. E o que mais impressiona é a feliz estréia como compositor (assina as 12 faixas do disco). Os parceiros letristas são vários, como o teatrólogo João Falcão, a escritora Adriana Falcão, Sérgio Cassiano (ex-integrante do Mestre Ambrósio) e Lula Queiroga (letrista de Lenine). 
Isto é, Geraldo abandonou uma de suas marcas, que era ser exclusivamente intérprete. Aquele caminho já era conhecido e muito bem sucedido, sobretudo em projetos como a trilha sonora de “Lisbela e o Prisioneiro” (no filme ele canta a valsa Deusa da Minha Rua em duo com Yamandu Costa). Ou mesmo nas aparições televisivas (a exemplo do programa Som Brasil, dedicado a Djavan, exibido pela Rede Globo em 2007). Ou ainda como cantor de temas regionais (cujo êxito mais recente foi na antologia 100 Anos de Frevo, dirigida pelo maestro Spok (Biscoito Fino).  
Mas agora é diferente. E como autor, Geraldo Maia faz uma música que ora utiliza intervalos melódicos com impressão de quase suspense (como Estrada, a primeira faixa), ora em tom melancólico (caso de Palavra, que encerra o disco). As letras, quase todas curtas, remetem a universos polissêmicos, mas algumas delas retratam o imaginário de mudança de lugar e ao sentimento de instabilidade e incerteza. 
Já os ritmos musicais não são evidentes. É o que ocorre em Tô Fora, que oscila entre acentos de reggae, rock e balada. Ou em Profana e Pura, em que está mais para o xote. Até o samba Grita, composta em parceria com Rogerman (da Bonsucesso Samba Clube), com participação da cantora pernambucana Alessandra Leão, tem marcação diluída.
É como se neste novo trabalho houvesse o exercício de não abraçar um gênero musical específico. Ou seja, muito ao contrário do penúltimo CD, o ótimo e lamentavelmente já esgotado “Samba de São João”, de 2007 (quando Geraldo virou arqueólogo e revigorou emboladas, valsas e choros do cancioneiro pernambucano do início do século XX, de autores como João Pernambuco, Luperce Miranda e Capiba). E distante também do anterior “Samba do Mar Quebrado”, de 2004, com excelente contribuição para o ritmo mais popular do Brasil, inclusive com sambas desconhecidos do Rei do Baião Luiz Gonzaga. 
Se naqueles discos, o pandeiro, o violão 7 cordas e o piano intimista estiveram presentes, em “Peso Leve” muda-se o cenário. A presença constante de baixo, guitarra e bateria forja uma textura sonora levemente mais pesada. Mas há o curioso fio condutor do bandolim, presente em metade das faixas e responsável por boa parte das introduções e solos do novo projeto. 
No novo CD, Geraldo Maia de fato dialoga com a música pop e, de alguma maneira, retoma experiências de projetos mais antigos, como “Astrolábio” (2001), quando flertou com o trip hop, e seu primeiro LP “Cena de Ciúme” (1987), feito em parceria de Henrique Macedo, e fortemente influenciado 
pelo rock. 
“Peso Leve” evidencia outras novidades. O canto de Geraldo mostra-se mais intenso e abrange tonalidades mais agudas. Ele também decidiu criar sua própria banda, que batizou de “O Fio da Meada”, composta de Publius (violão de aço, viola, bandolim e vocais), Rodrigo Samico (guitarras elétricas), Hugo Linns (baixo, guitarras acústicas e samplers) e Rudá Rocha (bateria, percussão e samplers). E é muito bom trilhar por essa nova estrada.





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